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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

E todo texto que eu leio lembra você, lembra momentos bons...

“E então eu respirei fundo e naquele instante, automaticamente, meu coração abaixou sua blindagem. Dei-me conta de que naqueles últimos meses eu vinha agindo estupidamente por deixar de perceber a beleza, e só sentir os espinhos. Porque, depois que a gente espeta os dedos numa rosa, passa a trucidar sem nenhum juízo toda a ternura de qualquer outro tipo de flor. E eu achava que era bem mais fácil compreender o amor como uma doença. Um câncer que vulnerabiliza e que deve ser removido da nossa vida para sempre. Era sem dúvida mais fácil decidir não sentir mais nada; e também covardia, eu sei.
Porém, era tão fácil se encantar contigo. Tão prazeroso te admirar e ver seu sorriso, e que sorriso. Encantava-me com cada entonação que há em sua voz ao contar-me alguma história, ou do seu jeito de explicar o mundo. Cada parte de mim vibrava ao te ver, ao te ouvir. Você fazia as minhas piadas tolas soarem menos patéticas. Era fascinante.
As coisas foram acontecendo e nossas vidas se encaixando. E assim, foi só meu olhar chocar com o seu e minha vida esbarrar na sua que meus planos mudaram. Aliás tudo mudou. Me aproximei, me apaixonei. Fiquei dependente, sentia que sempre que estava com você necessitava de seus beijos. Ou eu o beijava ali, ou o sentido de tudo se esvairia.
Quando percebemos, estava acontecendo algo. Não sabíamos bem o que era. Na verdade, até hoje não temos certeza do que é, mas sabemos a intensidade que está. Eliminamos o tempo, superamos o espaço e deixamos de lado os rótulos. Não somos algo, mas estamos e estamos muito. É ao mesmo tempo intensidade e liberdade.”                                                                                                                                

                 
                                                                                                                           Pablo Cavalcante Costa